16/01/2011

O fim da Era Thiba

Marrentice até no jeito de andar. Bonézinho, pinta de boleiro, sempre rodeado de mulher (feia) e uma magreza de espantar. O leitinho com pêra do Itaim que treinava o futsal masculino e feminino da Farma-USP era ainda um low profile no circuito de treinadores universitários. Conhecido pelo talento dentro das quatro linhas, suas habilidades como treinador ainda não eram famosas. Esse era o perfil de Thiago Rigon, o Thiba, quando foi contratado para o posto de treinador da ECA.


Indicação de Paulo Gama, o franzino rapaz das pernas tortas foi apresentado pelo então Diretor de Modalidade, Miltinho. "Era a melhor opção após a saída do Gustavinho. O Paulinho disse que o cara era ponta firme, apesar de ser mala. Eu sempre o via no CEPE e achava o cara muito otário. Aquele jeito malemolente, típico dos malinhas da EEFE", relembra o ex-DM. E com o início dos trabalhos, a impressão só se confirmou. Thiba chegou e mostrou que era realmente marrentinho, mas também muito trabalhador e sério. Pegou um time em uma fase ruim, com uma escassez forte de jogadores e uma geração que ainda não tinha se afirmado, apesar de vir de dois titulos, o BIFE 2006 e a Copa USP série Laranja 2006. Logo se entrosou e já conseguiu bons resultados em todas as competições que entrou, trazendo um novo repertório de movimentações e padrões táticos, sempre liberando a individualidade e sem bitolar ou prender ninguém em quadra. Aficcionado pelo esporte, foi um estudioso do futsal durante esses anos, no melhor estilo Muricy Ramalho. Xiliquento, ficou famoso pelos pitis do lado de quadra, pelos celulares arremessados e esporros memoráveis em seus atletas, característica que chegou até a afastar possíveis atletas mais sensíveis. Mas também deixou sua marca pelos títulos alcançados, o tão sonhado JUCA, um BIFE e um Sampira, além de colocar a equipe três vezes seguidas entre as quatro melhores da USP.

Por já conhecer alguns dos atletas da ECA através de suas passagens pela seleção, o treinador teve o trabalho facilitado no quesito sociabilidade. Desde o início foi presença até que constante nas baladas, sempre solto e dando assistências aos comandados durante os rolês uspianos. Fofoqueiro, trazia e passava informações de quem queria pegar quem e se divertia nesse outro lado de técnico da ECA, acompanhado vez ou outra pelo incansável Vitinho. Viu e fez crescer um novo grupo de jogadores, grupo esse cada vez maior e mais interessado, atletas unidos e ativamente exclusivos (eufemismo pra "malas"). Treinos até de madrugada, brejas, vitórias e derrotas que fizeram com que o treinador fizesse cada vez mais parte do mundo ecano.

Durante os quatro anos de trabalho, Thiba deixou o anonimato e virou uma lenda da ECA, da USP. O melhor treinador do futsal universitário fez dos auriroxos um time grande, venceu, convenceu e principalmente, formou uma familia, a Familia Futsal. Um grupo que fechou com o técnico, passou Inters inteiros sem falar com ninguém de fora, uma panela autosustentável que nunca foi bem vista (pelos outros). Mas se para o time o jogo é uma desculpa para se reunir, para o treinador é profissão e por isso precisa continuar evoluindo. Thiba deixa de treinar o time, mas jamais de fazer parte da Familia. Todo mundo fica triste, mas sabe que é o momento certo pra isso e entende a decisão. Pra gente só resta desejar boa sorte para o nosso eterno parceiro!

E agora começa a procura por um novo treinador para o time, e que já vai chegar com a responsabilidade de substituir um mito.

3 comentários:

  1. ole ole ole olá! Thibaaa, Thibaaa! Monstro, melhor técnico da USP disparado!

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  2. Muito gênio! Puta orgulho de ter sido treinado por vc, mlk!
    O cara é treta!!!!!

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  3. Professor, valeu por tudo

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